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sábado, 1 de maio de 2010

Abrindo o dia


Nos delírios da metrópole explodem,
implodem, se fodem. Nos delírios se
podem, as fronteiras se dissolvem.
É noite.O derramamento lírico do
leite escorrendo dos seios das
putas pelo chão arrasta a sujeira
ferruginosa de lágrimas loucas
delírios vãos, na metrópole explodem,
implodem, se fodem. As fronteiras se
dissolvem em uma gargalhada abrindo
o dia despencando a noite e as suas
sucatas ecos de coisas parcas retorcidas
de ferros. Copacabana subterrânea a céu
aberto nas suas estrelas de neon se
fodem nas galerias a meio fio na corda
bamba de um dia a noite despenca dos
seios das putas o salto alto do sapato
quebrou. Nos delírios da metrópole
o pipoqueiro ensangüentado do sal
de chuva desespero ácido explode.
Afetação mundo cadela nos embrulhos
de jornal o cotidiano estilhaçado,
as fronteiras se dissolvem em uma
gargalhada abrindo o dia. É sábado.

Escrito por Eloiza Gurgel

2 comentários:

  1. Vamos explodir os hipócritas e visitar a inocência de todos os putos e as putas de ontem, santas do amanhã, nessa inércia de soluções de sono e de mesmice. Vamos estilhaçar o cotidiano de ilusões covardes. Já diziaComo dizia Manoel de Barros, "sou mais a palavra arrombada a ponto de escombro (...) de entulho ou traste. Despencam-se deuses valores paredes. Estamos entre ruínas". Você representa a arte de nossos tempos, Lolô. Bjcs da tia Léa.

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  2. Interrompi o que dizia, apressada para sair. Já dizia Manoel de Barros "A nós poetas destes tempos, cabe falar dos morcegos que voam por dentro dessas ruínas. Dos restos humanos fazendo discursos sozinhos nas ruas. A nós cabe falar do lixo sobrado e dos rios podres que correm por dentro de nós e das casas." Assim, comungo com sua representação da arte, comungo com o poeta em aproximação de ruínas de escombros do lixo que salvará a poesia. Bjcs, tia Léa

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