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sexta-feira, 28 de maio de 2010

PIPOQUEIRO

Indissociável das luzes significantes da respiração das ruas, fantasmagoria do cotidiano das cidades. Parte da paisagem urbana desaparece reaparece como se nunca tivesse existido. Algo se inscreve nas ruas como puro sabor. Vê-se um cheiro seco, amarelecido. Aparentemente eu vi. O carrinho metálico de tons enferrujados, lâmpada acesa em um poema sujo. As cidades com cheiro de pipocas são mais humanas. Apesar da compressão do tempo, existe um pipoqueiro em cada esquina. Isso é uma forma de não dizer. É só aparentemente um cheiro.



Esrito por Eloiza Gurgel

2 comentários:

  1. Lembrou-me a Ruth Jardim (anos 60/70), em seu "Cheiros e Ruídos", fluxo de pensamento, memórias que visitamos, tal Pasárgada que desejamos no rescaldo dos sonhos. Lâmpada acesa em um poema sujo, é tudo de bom. Você está certa. Enquanto nos levarem às esquinas, o olfato e a visão das carrocinhas, não seremos, ainda, andróides.

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  2. Muito bom. O "seu" pipoqueiro revela a valorização do cotidiano e, de certa forma, um resgate do passado. Flashes do pós-moderno!

    Parabéns.

    Serginho

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