De dentro do noticiário:
Um pipoqueiro corta a favela, espancado e queimado à beira da Avenida Brasil.
O ambulante risca o mundo, se arrisca mudo
ainda marcado a ferro e fogo com as iniciais de uma facção criminosa.
De dentro das casas:
O mistério em quem mora. O que há da vida nas cores dos fios das coisas?
Para dentro da favela:
Vê-se os destroços da carrocinha
Visto assim do alto mais parece o céu no chão, sei lá não sei, sei lá não sei não...
A exuberância de uma imagem violenta, terna e absurda ensurdecedora dos olhares que atravessam os jornais.
Escrito por Eloiza Gurgel
Dos jornais, olhos lançam-se a janelas portas cortinas. Vão-se os muros, e a favela corta o fio das cores. Ai, Lolô, que fios tênues e, ao mesmo tempo, fortes e elásticos! Você descreveu bem o vai-e-vem dos destroços. Terno e ao mesmo tempo tão violento, o absurdo que se acomodou à tela! E ainda há poetas nas favelas! Bjcs
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